Na tua sombra me sento
e não sei se quero.
não é dor mas uma janela
aberta no peito com saída para o mar.
Onda vem, bate,
vem sempre,
bate sempre.
Perdida num casco de madeira, a boiar,
a sirene gane irritantemente:
«o meu amor partiu e não volta,
o meu amor partiu e não volta!».
Tenho medo, lua, tenho medo.
O teu castelo encantado cai
a meus pés
com tanto de ti.
Essa sombra onde me sento.
(Agosto de 2004)