01 September 2008

Sereia

o dedo indicador da memória aponta para ti em tardes como esta,
teu rosto rodopia, sem forma, nos sorrisos anónimos,
o resto da mão submete-se ao calor e
às rasuras de um bolso saturado de matéria vã.
o braço dispersa-se pelas suas próprias
células [infectadas pelo vírus Saudade] e extingue-se
neste movimento de teclas. habituar-se-á, não te preocupes.

a condição de cada objecto é a verdade
mas não há nenhum sem uma cor fora do lugar. neutra
perante essa coisa do existir ou do pensar que se existe. o dedo
indicador é uma aproximação perversa à área
de segurança delimitada por esse olhar. expansivo.
e aponta para ti.

(Sílvio Mendes)

4 comments:

Juliana said...

Te encontrei no blog do Zezinho, q é meu mestre de versos...
O teu blog é tb mt lindo, cheio de belas poesias.
Parabéns!
http://mundodejuliana04.zip.net

Javier Santos said...

Belas palavras por estes lados... Saudade está sempre presente no nosso pensamento.

(saudade é algo tão único e tão português)

passem pelo meu blogue...também há poesia :)

Continuem com o bom trabalho

Carlos Vinagre said...

Gostei bastante... continua, visitarei mais vezes concerteza.

Fabrício Brandão said...

Descobrir um espaço onde palavras cruzam a alma é deveras encantador.

Saudações, amigos!